Mundos Imaginados

Um texto interessante... Mas não sei quando foi escrito! kkkkk Nele faço uma reflexão sobre a vida, mas não em meu nome. Eu escrevi, mas o eu-lírico é um idoso que observa a vida em suas várias fases...

MUNDOS IMAGINADOS

Sempre quis saber como o mundo seria daqui a séculos, quando eu não mais existisse, quando os homens teriam tecnologia para fazer qualquer coisa...

Quando criança, imaginava que o mundo seria muito legal! Tudo de uma forma infantil... Todos poderiam brincar juntos e aqueles bichinhos de estimação que a gente tanto ama não partiriam mais.Parecia um mundo muito bom, mas quando fui crescendo passei a não caber mais nele. Ele já não me satisfazia.

Já na adolencência, imaginava que o mundo seria fonte de charme. Envelhecer me preocupava, o mundo deveria proporcionar às pessoas a eterna juventude. Era um mundo interessante, mas egoísta. A velhice é só mais uma fase da vida, sinônima de experiência.

Quando fiquei jovem, passsei a ter uma visão diferente do mundo. Eu amava a tecnologia, meus sonhos eram fictícios: imaginava que nós, humanos, povoávamos todos os outros planetas com os nossos magníficos robôs pensantes. Era um mundo muito avançado, eu sei. Mas era o mundo que eu imaginava e que desencadearia muitos outros mundos.

Já adulto, quando assiduamente assistia jornais e noticiários passei a entender. Falava-se em aquecimento global, fim da água... enfim! Comecei a imaginar que tudo o que imaginei desde a infância estava errado. O novo mundo que imaginei era simplesmente nenhum. Estava convicto de que tantos desastres causados por nós mesmos resultariam no fim do mundo.

Pensei que esse seria o último mundo que imaginaria, mas não. Hoje, já velho, o que eu mais temia, descubro que não é tão ruim envelhever. Como eu disse, é só mais uma fase da vida. A mais bonita, porque hoje junto todos os mundos que imaginei a toda a minha experiência e descubro que o mundo não se acabará, mas será tão horrível que agradeço a Deus por que não mais estarei nele.

Volto então ao meu mundinho de criança, mesmo simples, foi o único em que fui feliz.